O Grupo SBF (SBFG3) apresentou um crescimento de receita de apenas 2% no quarto trimestre de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo o Banco Safra, o resultado já era esperado e ficou +0,8% acima da estimativa do banco. O SBF controla as lojas Centauro, ByTennis, Almax Sports, Studio 78 e firmou um acordo com a Nike para expansão das lojas Nike Store no Brasil.
Segundo o Safra, o resultado foi apoiado principalmente pelo crescimento de 3,2% da Centauro em relação ao mesmo período do ano passado (impulsionado pelas vendas da plataforma digital, que aumentaram 21% a/a). As vendas da Fisia contraíram 0,4% na comparação anual.
A empresa apresentou uma sólida expansão de margem bruta de 2 p.p. (+0,5 p.p. vs. Safra), o que levou a um aumento de ~1 p.p. a/a na margem EBITDA (-20 p.b. vs. Safra), embora a provisão para compensação variável tenha sido concentrada no 2S24.
O lucro líquido foi de R$135 milhões, um aumento de 2% a/a, em comparação com a estimativa do Safra de R$132 milhões. Além disso, a contínua melhoria na dinâmica de fluxo de caixa levou a uma relação dívida líquida/EBITDA de 0,4x no 4T24, em comparação com 0,8x no 4T23 e 3T24.
Avalição do Safra sobre o resultado do grupo SBF
Os especialistas do Banco Safra avaliam que o SBF apresentou um resultado neutro ao olhar para os números, mas houve um destaque positivo importante: a geração de caixa.
No geral, a maioria dos números estava em linha com a expectativa, as vendas já eram esperadas para serem estáveis a/a, e a margem bruta viu uma sólida expansão.
O EBITDA contábil estava de fato abaixo da expectativa do Safra, mas foi compensado por um crédito tributário positivo de perdas fiscais anteriores, o que levou a um lucro líquido próximo do esperado.
A sólida geração de caixa de R$231 milhões no trimestre foi um destaque positivo, pois reduziu a dívida líquida/EBITDA do SBFG para 0,4x (vs. 1,0x do Safra), o que é uma métrica importante para melhorar considerando o cenário macro atual de altas taxas de juros.
No geral, o Safra mantém a recomendação Neutra, considerando a exposição do SBF a uma categoria de produtos altamente cíclica em meio a uma provável desaceleração nos gastos dos consumidores em 2025, o que poderia ter um impacto negativo na receita.
SBF tem crescimento estável da receita
A Fisia reportou uma receita líquida de R$1,2 bilhão, estável a/a e em linha o número do Safra. O desempenho foi impactado por uma queda de 2% a/a nas vendas de B&M, refletindo uma base de comparação difícil. No entanto, isso foi parcialmente compensado pelo crescimento no atacado.
O desempenho da plataforma digital da Fisia permaneceu em linha com o do ano anterior, apesar da forte base de comparação de 53,5% de crescimento no 4T23. Enquanto isso, a Centauro apresentou uma receita líquida de R$1,1 bilhão, marcando um aumento de 3% a/a, em linha com a projeção do Safra, principalmente impulsionado pelo crescimento de 21% na plataforma digital, impulsionado pela forte demanda pelas categorias de vestuário e tênis de corrida, bem como pelas vendas da Black Friday.
Melhoria na dinâmica da margem bruta tanto para Nike quanto para Centauro
A margem bruta da Fisia atingiu 42,5%, expandindo 2,3 p.p. a/a, impulsionada pela maior rentabilidade dos canais DTC (digital + B&M) e pela Black Friday mais lucrativa de sua história, juntamente com o crescimento no 3P.
O lucro bruto totalizou R$519 milhões, um aumento de 5% a/a e 2% acima da estimativa do Safra. Além disso, a margem bruta da Centauro atingiu 49,5%, um aumento de 1,7 p.p. a/a, apoiada por:
- (i) margens melhoradas em categorias de alta participação, como calçados; e
- (ii) maior rentabilidade no canal digital, impulsionado pela categoria de vestuário.
O lucro bruto foi de R$547 milhões, um aumento de 7% a/a e 5% acima da estimativa do Safra. O lucro bruto consolidado totalizou R$1 bilhão, aumentando 7% a/a (2% acima da estimativa do Safra), com uma margem bruta de 48,2%, um aumento de 1,9 p.p. a/a (+51 p.b. acima da estimativa do Safra).
Crescimento do EBITDA e do lucro líquido apoiado pela diluição das despesas gerais, administrativas e com vendas
A margem EBITDA atingiu 9,4%, uma queda de 50 p.b. a/a (-170 p.b. vs. estimativa do Safra). Excluindo R$32 milhões em despesas não recorrentes, a margem EBITDA ajustada teria expandido 1 p.p. a/a, principalmente impulsionada por uma redução de 20% nas despesas de G&A após os ajustes estruturais implementados no 1S23, e teria ficado amplamente em linha com a estimativa do safra.
O lucro líquido totalizou R$135 milhões, em linha com as estimativas do Safra e 2% maior a/a, beneficiando-se da diluição das despesas de SG&A, mas parcialmente compensado pelo resultado financeiro, que foi impactado por uma dívida média mais alta no trimestre.
Em termos de fluxo de caixa, a empresa apresentou resultado positivo de R$231 milhões, principalmente devido a melhores dinâmicas de capital de giro e ao EBITDA positivo no trimestre, apesar de um aumento de 134% a/a no capex.
Por fim, a SBF encerrou o 4T24 com uma dívida líquida de R$296 milhões e uma sólida relação dívida líquida/EBITDA de 0,4x, em comparação com 0,8x no 4T23 e 3T24.