O Grupo SBF (SBFG3), que controla as lojas Centauro, ByTennis, Almax Sports, Studio 78 e Nike no Brasil, apresentou um crescimento de receita de apenas 4% no primeiro trimestre, em comparação ao mesmo período do ano passado, e 3% acima da estimativa do Banco Safra.
Isso foi explicado principalmente pelo crescimento de 11% a/a da Centauro (impulsionado pelas vendas na plataforma digital, que aumentaram 25% a/a), enquanto as vendas da Fisia contraíram 6% a/a devido ao desempenho mais fraco no atacado (-19% a/a).
Enquanto isso, a empresa apresentou uma expansão de margem bruta de +86bps (+68bps vs. Safra). No entanto, a margem EBITDA caiu 140bps devido a maiores despesas gerais, administrativas e com vendas e perda de alavancagem operacional. Finalmente, o lucro líquido foi de R$74mn, um aumento de 40% a/a, comparado à nossa estimativa de R$64mn, atribuível a um melhor resultado financeiro, e reportou uma relação dívida líquida/EBITDA de 0,6x, comparado a 0,4x no 4T24.
Avaliação do Safra sobre os resultados da SBF
O SBFG3 apresentou um resultado negativo, mas amplamente esperado. As receitas cresceram apenas 4% na comparação anual, o que foi explicado principalmente por um aumento nas despesas de campanhas de marketing e vendas, que cresceram 220bps como porcentagem das receitas.
A empresa foi fortemente impactada pelas mudanças feitas na Fisia. A alta contração nas vendas no atacado (19%) levou a uma grande perda de alavancagem operacional, já que as vendas ainda não estão sendo direcionadas para o canal DTC, que cresceu apenas ~2%.
No futuro, os analistas do Banco Safra esperam que as vendas permaneçam fracas, intensificadas pelo ritmo lento de expansão de lojas previsto e pela exposição da empresa a uma categoria de produtos altamente cíclica em meio a uma provável desaceleração nos gastos dos consumidores em 2025.
Além disso, a rentabilidade deve continuar sendo impactada pela perda de alavancagem operacional. Portanto, o Safra mantém a recomendação Neutra para a ação.
Crescimento da receita líquida pressionado pela queda nas vendas no canal atacadista da Fisia
A Fisia reportou uma receita líquida de R$825mn, uma queda de 6% a/a e ligeiramente acima (+3%) da nossa estimativa. A queda foi impulsionada principalmente por uma queda de 19% no canal atacadista da Fisia, refletindo a iniciativa da divisão de aumentar as vendas DTC.
As receitas da plataforma digital da Fisia permaneceram estáveis a/a em R$344mn, enquanto as das lojas físicas aumentaram 2,5%, atingindo R$220mn.
Enquanto isso, a Centauro apresentou uma receita líquida de R$821mn, um aumento de 11% a/a e em linha com nossa projeção, apoiada por um crescimento de 25% na plataforma digital – impulsionada pela expansão no sortimento 1P – e um aumento de 8% nas vendas das lojas físicas, com vendas em mesmas lojas de 10,9% – apoiada por campanhas de marketing assertivas.
Perda de alavancagem operacional pesa na margem EBITDA
A margem EBITDA atingiu 9,3%, uma queda de 140bps a/a (-70bps vs. nossa estimativa), totalizando R$144mn – 10% menor a/a – impulsionada pelo desempenho mais fraco do canal atacadista da Fisia, que limitou a diluição de despesas em relação às receitas, e maiores despesas de vendas para apoiar as vendas nas lojas Centauro e nos canais digitais.
O lucro líquido totalizou R$74mn, 15% acima da estimativa do Safra e 40% maior a/a, devido a uma queda de 65% nas despesas financeiras, que compensou a pressão das despesas de gerais, administrativas e com vendas.
Geração de caixa desacelera
A SBF encerrou o 1T25 com uma dívida líquida de R$465mn e uma sólida relação dívida líquida/EBITDA de 0,6x. Dito isso, a alavancagem aumentou de 0,4x no 4T24, devido a um fraco fluxo de caixa operacional de R$14mn, enquanto a empresa desembolsou ~R$100mn em uma operação de recompra de ações.