O EBITDA reportado da Equatorial (EQTL3), excluindo equivalência patrimonial de R$ 2,948 bilhões, cresceu 11,5% em relação ao ano anterior e ficou 8,5% acima da estimativa do Banco Safra (3,0% acima do consenso).
O EBITDA reportado pela Equatorial foi impactado pelos seguintes fatores:
- (i) +R$344 milhões relacionados ao efeito do ajuste pela inflação do ativo regulatório (VNR), sem impacto em caixa;
- (ii) efeito IFRS de +R$54 milhões no segmento de Transmissão, relacionado a margens de construção, também sem impacto em caixa; e
- (iii) -R$125 milhões devido à combinação de diversos itens não recorrentes, incluindo efeito de marcação a mercado (MtM).
O EBITDA ajustado de R$2,676 bilhões (+6% A/A) ficou praticamente em linha com a estimativa do Safra (-1%), mas 7% abaixo do consenso, com bom desempenho nos custos controláveis e resultados melhores que o esperado no segmento de Geração.
O lucro líquido reportado foi de R$ 556 milhões (+99,0% A/A), 29,3% acima da estimativa do Safra e em linha com o consenso.
Detalhamento dos resultados da Equatorial no 1T25
As receitas, excluindo construção, cresceram 13% A/A, impulsionadas principalmente por:
- (i) crescimento do volume total distribuído no segmento de distribuição (+2,4% A/A), apesar da queda no mercado cativo (-3,8% A/A);
- (ii) reajustes e revisões tarifárias;
- (iii) início da operação de ativos renováveis. Esses fatores foram parcialmente compensados por:
- (iv) menores receitas de transmissão; e
- (v) eventos de despacho forçado (curtailment).
As despesas PMSO ajustadas consolidadas foram boas, totalizando R$1,133 bilhão (-4% A/A vs. inflação de 5,5% nos últimos 12 meses e -12% vs. Safra).
No segmento de distribuição, as despesas PMSO ajustadas caíram 2% A/A e ficaram 11% abaixo da estimativa do Safra. A inadimplência reportada foi de 1,7% da receita (vs. 2,1% no trimestre anterior), melhor que a estimativa de 2,3%. As perdas totais de energia ficaram estáveis no trimestre, em 17,40% (vs. 17,50% no trimestre anterior), 90 pontos-base abaixo do nível regulatório de 18,3%.
O EBITDA “mesmas lojas” das distribuidoras foi de R$2,294 bilhões (+8,9% A/A), 1,8% abaixo da estimativa do Safra. O EBITDA reportado da Echoenergia foi de R$131 milhões, 5% acima da estimativa do Safra, devido a preços de venda mais altos.
O EBITDA regulatório da Transmissão foi de R$247 milhões, 9,7% abaixo da projeção do Safra. A alavancagem ficou em 3,2x dívida líquida/EBITDA (vs. 3,3x no trimestre anterior).
O lucro acima do esperado foi explicado principalmente pelos efeitos não caixa mencionados, resultados financeiros ligeiramente melhores e maior equivalência patrimonial de R$214 milhões vinda da Sabesp, apesar da maior alíquota efetiva de imposto.
Na avaliação do Banco Safra, as operações seguem em linha, com bom controle de custos e lucros impulsionados pela Sabesp. Os resultados ajustados ficaram em linha com as estimativas do Safra, principalmente devido ao desempenho de custos melhor que o esperado e bons resultados no segmento de geração, apesar dos impactos de curtailment. As operações no segmento de distribuição foram boas, com perdas e inadimplência sob controle.
A Equatorial se beneficiou de R$214 milhões vindos da Sabesp, o que contribuiu para a surpresa positiva nos lucros. O Banco Safra mantém uma visão positiva sobre a Equatorial, com base em seu bom histórico de alocação de capital e perspectivas de recuperação.