O Banco Safra fixou o preço-alvo da Dexco (DXCO3) para o final de 2026 de R$ 6,90 (ante R$ 7,50 para o final de 2025) e manteve a recomendação de “Outperform” (desempenho acima da média) devido à expectativa de um iminente ciclo de afrouxamento monetário no Brasil, à melhoria mais rápida da lucratividade da Deca, e à crença de que as iniciativas de desalavancagem podem ocorrer mais cedo do que o esperado.
As ações da Dexco caíram cerca de 12% no acumulado do ano, e o consenso de EBITDA para 2026–27 foi reduzido em cerca de 11%, após a deterioração do cenário macroeconômico e decepções nos resultados da Deca e do segmento de Revestimentos.
No entanto, as projeções revisadas indicam um potencial de valorização em relação ao consenso para 2026–27 de 9% e 8%, respectivamente, devido a margens mais altas nos segmentos Deca e Madeira.
Assim, os obstáculos ao preço das ações causados por lucros mais fracos parecem exagerados. Além dos resultados, o fluxo de caixa livre negativo e a alavancagem acima de 3x são as principais preocupações levantadas pelos investidores.
O aumento das expectativas de cortes na taxa de juros no Brasil sustenta o otimismo de que a Dexco abordará essas questões, mas o Safra destaca a necessidade de monetizar ativos não essenciais, como feito anteriormente, para que os investidores precifiquem o crescimento futuro dos lucros no valor das ações da Dexco.
Monetização de ativos não essenciais pode transformar o caso de investimento
O Safra acredita que a empresa pode se desfazer de ativos não essenciais para melhorar as perspectivas de fluxo de caixa livre e acelerar a desalavancagem, como fez anteriormente com as operações de chuveiros elétricos e torneiras em 2024, além de ativos de terras/florestas (uma SPE de R$ 200 milhões com um fundo TIMO em 2024 e uma venda de R$ 1,1 bilhão para a Suzano em 2018).
Vendas de ativos que não comprometam significativamente os resultados operacionais seriam bem recebidas pelos investidores.
Na análise de sensibilidade, os especialistas do Safra verificaram que o múltiplo EV/EBITDA também é altamente sensível às vendas de ativos, já que cada entrada de caixa líquida de R$ 500 milhões reduziria a dívida líquida em 9% e a alavancagem em cerca de 0,3x.
O Safra introduziu preço-alvo para o final de 2026 de R$ 6,90 por ação com base em uma avaliação por fluxo de caixa descontado (DCF), abaixo do preço-alvo anterior de R$ 7,50 por ação para o final de 2025.
O banxo utilizou um WACC de 13,1% (ante 12,5%), que reflete um custo de capital próprio de 14,8% (inalterado) e um custo de dívida de 9% (inalterado). Isso implica um potencial de valorização de ~33% pelo DCF e múltiplos EV/EBITDA de 5,4x e 5,0x para 2026 e 2027, respectivamente, em comparação com a média dos últimos 5 anos de 6,7x.