A Dasa (DASA3) avança em uma parceria com a Amil para a criação da Ímpar Serviços Hospitalares, prometendo transformar o cenário da saúde no Brasil. A conclusão do negócio ainda depende de aprovações antitruste e regulatórias e a nova companhia será a segunda maior do país no setor.
Principais destaques:
- Ímpar Serviços Hospitalares nasce com 25 hospitais e uma receita líquida de R$9,9 bilhões.
- Margem EBITDA da nova companhia é de 7,8%, indicando um enorme potencial operacional.
- Dasa contribuirá com 14 hospitais e Amil com 11, totalizando 4.403 leitos.
A fusão parcial dos hospitais da Dasa e da Amil se destaca como uma iniciativa que pode redefinir o mercado de saúde brasileiro. A nova empresa, que terá participação igualitária de 50% entre as duas organizações, reúne 25 hospitais e um EBITDA de R$777 milhões, com base em números projetados com base em 2023.
A Ímpar Serviços Hospitalares se beneficiará do perfil econômico dos ativos da Dasa, que incluem 14 hospitais com receita de R$5,7 bilhões, e da Amil, com 11 hospitais e receita de R$4,2 bilhões. A nova empresa apresenta um perfil que sugere um potencial de crescimento operacional, dado que a margem EBITDA de 7,8% está abaixo das margens de outras grandes empresas do setor, como Rede D’Or, Petro Matad e Kora Saúde.
Com um novo preço-alvo de R$ 5,0 por ação, baseado em uma avaliação da soma das partes, a recomendação de compra é mantida, refletindo um potencial de valorização de 36% em relação ao cenário base.
A governança contará com um Conselho de Administração composto por nove membros, com representação equitativa da Dasa e da Amil, com três cada, além de três membros independentes. Lício Cintra, atual CEO da Dasa, assume como CEO da Ímpar.
Riscos: alienação e dívida significativa merecem atenção
- A Dasa enfrenta o desafio de gerenciar uma dívida significativa, apesar de um aumento de capital e potencial venda de ativos não essenciais.
- Existe a possibilidade de a Dasa separar sua participação na Ímpar, tornando-a uma companhia aberta no Novo Mercado da B3.
- A alienação dos negócios de hospitais e oncologia no Nordeste pode render à Dasa cerca de R$1,705 milhões, auxiliando no plano de desinvestimento.
Apesar do potencial do acordo em combinar a força de duas gigantes do setor, a Dasa enfrenta o desafio de manejar sua carga de dívida considerável, mesmo contando com um aumento de capital anunciado e a possibilidade de venda de ativos não essenciais. A gestão da nova empresa será fundamental para o sucesso da fusão, com a necessidade de uma execução impecável para criar valor significativo para os acionistas da Dasa.
Há ainda a possibilidade de que a Dasa segregue sua participação na Ímpar, registrando-a como uma companhia aberta no Novo Mercado da B3 e transferindo a propriedade para seus acionistas. Esse movimento está sujeito à conclusão da transação e à análise final da estrutura proposta.
Considerando os ativos que poderiam ser desinvestidos, a Dasa sinaliza a possibilidade de alienar seus negócios de hospitais e oncologia na Região Nordeste, que totalizaram uma receita de R$1,655 milhões e EBITDA de R$310 milhões em 2023. A venda destes ativos poderia render um valor estimado de R$1,705 milhões, contribuindo para o plano de desinvestimento da empresa.