A Cyrela (CYRE3) divulgou resultados neutros no primeiro trimestre de 2025, amplamente em linha com as estimativas do Banco Safra. O forte desempenho de vendas nos últimos trimestres impulsionou uma expansão de +24% a/a na Receita, ao mesmo tempo em que sustentou uma saudável margem bruta ajustada de 34,4% (+1,3 p.p. a/a). Isso, aliado a ganhos robustos de equivalência patrimonial e a um resultado financeiro líquido melhor do que o esperado, compensou o aumento da participação de minoritários e levou a uma sólida expansão de 23% a/a no Lucro Líquido e um ROE de 14%.
A empresa também reportou uma geração de caixa de R$ 71 milhões, acima do esperado, encerrando o primeiro trimestre com uma alavancagem financeira saudável de 9,3% dívida líquida/patrimônio líquido.
A Receita líquida da Cyrela atingiu R$ 2,0 bilhões (+24% a/a), praticamente em linha com a estimativa do Safra. A expansão da Receita refletiu principalmente o aumento no volume de lançamentos e o forte desempenho de vendas nos últimos trimestres, que sustentaram um inspirador índice de SoS de 53% nos últimos 12 meses (prévia operacional do 1T25).
A margem bruta ajustada da Cyrela cresceu 1,3 p.p. a/a, atingindo 34,4% (+0,3 p.p. vs. Safra), enquanto manteve a margem da carteira em um sólido 36,3% (-0,1 p.p. t/t e +0,2 p.p. a/a).
Além disso, a empresa reportou R$113 milhões em ganhos de equivalência patrimonial com suas JVs (+13% a/a), contribuindo para um EBITDA ajustado de R$445 milhões (+14% a/a e -2% vs. Safra).
O Lucro Líquido totalizou R$328 milhões (+23% a/a), 3% abaixo da nossa projeção. O desempenho foi beneficiado por um ganho financeiro líquido de R$59 milhões, acima do esperado (+349% a/a), refletindo principalmente a contribuição mais forte da CashMe, de R$58 milhões (+18% a/a).
Por outro lado, a participação de minoritários aumentou 39% a/a, para R$66 milhões (vs. estimativa do Safra de R$50 milhões), resultando em uma margem líquida de 16,8% (-0,1 p.p. a/a e -0,7 p.p. vs. Safra) e um ROE anualizado de 14,0% (+0,6 p.p. a/a), 60 bps abaixo da nossa projeção.
Por fim, o volume robusto de entregas no quarto trimestre compensou o ritmo mais acelerado das obras, gerando uma sólida geração de caixa de R$71 milhões (vs. estimativa do Safra de R$22 milhões), resultando em uma alavancagem de 9,3% dívida líquida/patrimônio líquido (-1,0 p.p. t/t e +0,5 p.p. a/a).
Avaliação do Banco Safra sobre os resultados da Cyrela
Em um trimestre sazonalmente mais fraco, os resultados do primeiro trimestre da Cyrela vieram amplamente em linha com as estimativas do Safra, o que deve gerar uma reação neutra do mercado.
Apesar dos recentes desafios macroeconômicos, o Safra reitera a recomendação de Compra para CYRE3, principal escolha do banco no segmento, destacando o atrativo múltiplo de Valuation de 5,3x P/L para 2025.
O Safra continua confiante de que os baixos níveis de estoque da Cyrela (11 meses de vendas), sua equipe de gestão qualificada, reconhecimento de marca e balanço sólido devem sustentar a companhia frente a eventuais ventos contrários no cenário macroeconômico.