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ANÁLISE

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CSN tem resultado acima do esperado e vende ações da Usiminas

Safra destaca que a CSN possui alavancas de curto e médio prazo para acelerar a desalavancagem


Os resultados operacionais foram bons para a CSN (CSNA3) e em linha com o esperado para a CSN Mineração (CMIN3). Houve grande queima de fluxo de caixa livre (FCF) na CSN e menor na CMIN, segundo análise do Banco Safra.

O EBITDA ajustado da CSN no segundo trimestre de 2025 foi de R$ 2.557 milhões, 9% acima da estimativa do Banco Safra de R$ 2.354 milhões (excluindo a logística multimodal, que não estava em nas projeções do Safra) e 1% acima do consenso da Visible Alpha.

O desempenho acima do esperado se deve a melhores resultados nos segmentos de Aço, Cimento e Energia, que compensaram os números mais fracos em Logística.

O EBITDA ajustado da CSN Mineração no 2T25 foi de R$ 1.268 milhões, em linha com nossa estimativa e 3% acima do consenso. O Safra espera resultados mais fracos para a divisão de Aço no 3T25, devido a menores preços realizados.

Já para Mineração, o Banco Safra vê espaço para melhora com maiores volumes de vendas e menor COGS/t em caixa, apesar da incerteza quanto aos preços do minério de ferro. Ainda assim, o banco ressalta que o FCF negativo deve continuar com o aumento do capex.

Venda parcial de ações da Usiminas pela CSN

A CSN, que tem recomendação abaixo da média, anunciou que vendeu 35,2 milhões de ações ordinárias e 27,3 milhões de ações preferenciais da Usiminas para a Globe Investimentos S.A., ao preço de fechamento de 29 de julho de 2025 (R$4,20).

Após a transação, a participação direta e indireta da CSN na Usiminas caiu para 10,13% das ações ordinárias e 5,08% das preferenciais, totalizando 7,92% do capital social (ante 12,9%).

Reguladores exigem que a CSN reduza sua participação para menos de 5%, o que implica novas vendas de ações.

Na visão do Banco Safra, trata-se de um passo positivo, mas ainda há um longo caminho. O banco vê com bons olhos o movimento da CSN em direção à desalavancagem e ao cumprimento das exigências regulatórias, mesmo que as ações da Usiminas tenham sido negociadas a preços mais altos recentemente.

A venda, no valor de R$263 milhões, tem impacto limitado sobre a dívida líquida da CSN (0,7%), mas representa cerca de 2,0% do valor de mercado da companhia, dado o desconto do patrimônio líquido em relação ao valor da firma (EV).

O Safra reconhece que a empresa possui alavancas de curto e médio prazo para acelerar a desalavancagem — como a venda do restante da participação na Usiminas, um desfecho favorável na disputa judicial com a Ternium, o IPO da CSN Cimentos e a possível venda de participações nas divisões de Energia e Logística —, mas destaca que essas medidas apenas mitigariam parcialmente o problema do fluxo de caixa livre negativo.

Quanto à Usiminas (recomendação: venda), a operação reduz a pressão vendedora associada à obrigatoriedade de venda de ações por parte da CSN.


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