O EBITDA reportado pela Copel (CPLE6), excluindo equivalência patrimonial, foi de R$1.519 milhões (+24% ano a ano), 17% acima da estimativa do banco Safra e 15% acima do consenso, impactado principalmente por:
- (i) ganho de R$201 milhões com venda de ativos;
- (ii) impacto IFRS negativo de R$90 milhões na unidade de transmissão, sem efeitos de caixa;
- (iii) R$12 milhões da atualização financeira da base de ativos da unidade de distribuição (VNR).
O EBITDA ajustado reportado foi de R$1.335 milhões, 3% acima da estimativa do Safra (+1,3% vs. consenso). O lucro líquido reportado foi de R$572 milhões (+22% ano a ano), 34% acima da estimativa do Safra e superando o consenso em 29%.
Detalhamento dos resultados da Cope (CPLE3) no segundo trimestre
A receita, excluindo a linha de construção, aumentou 12% ano a ano, principalmente devido a:
- (i) aumento de 21% nas vendas da unidade de comercialização;
- (ii) reajustes tarifários na distribuição e aumento de preços (e receita) na unidade de geração e transmissão (G&T); parcialmente compensados por:
- (iii) queda nos volumes da unidade de distribuição (volumes totais caíram 2,6% ano a ano, com queda de 10,2% no mercado cativo);
- (iv) efeitos de restrição de 12,1%. Os custos gerenciáveis consolidados totais (incluindo provisões) foram 24% menores que a estimativa do Safra e caíram 27% ano a ano, ajudados pelos ganhos contábeis com venda de ativos (custos ajustados ficaram em linha com as estimativas).
As despesas com PMSO na unidade de distribuição foram 1,7% menores que a estimativa do Safra e caíram 4,0% ano a ano, impulsionadas por despesas com pessoal e materiais menores que o esperado.
O índice de perdas caiu 10 pontos-base no trimestre, para 7,6%, abaixo do nível regulatório de 8,1%. O índice de inadimplência subiu para 1% da receita, acima da estimativa do Safra de 0,5%.
O resultado final acima do esperado foi explicado principalmente pelos efeitos não recorrentes mencionados, parcialmente compensados por resultados menores de equivalência patrimonial.
A alavancagem aumentou para 2,9x dívida líquida/EBITDA (de 2,3x no trimestre anterior), refletindo maiores investimentos. O Safra destaca que a Copel reduziu em 90 MWa a energia média disponível para venda entre 2026–2027, e os preços implícitos aumentaram cerca de 2% em média (já descontada a inflação).
Visão do Safra sobre os resultados da Copel (CPLE3)
A avaliação do Safra é de que os resultados operacionais ajustados foram positivos, superando as estimativas, com melhorias importantes nas linhas de custo, que conseguiram compensar os volumes fracos e os impactos das restrições.
A empresa também conseguiu vender energia a preços aparentemente bons. O Safra mantém a recomendação de Compra para a Copel (CPLE3), apesar do forte desempenho recente das ações, pois vê risco positivo para as estimativas vindo de uma performance de custos consistentemente boa, especialmente na unidade de distribuição, e de preços implícitos melhores para contratos de energia na unidade de geração e transmissão.