O EBITDA reportado da CPFL (CPFE3) de R$3,276 bilhões (+5,3% a/a) foi 13,1% acima da estimativa do Safra e 11,7% acima do consenso.
O EBITDA teria alcançado R$2,955 bilhões (-6% a/a), em grande parte em linha com as estimativas do Safra e as do consenso, se o EBITDA fosse ajustado para excluir +R$312 milhões da atualização financeira dos ativos financeiros das concessões (VNR), +R$205 milhões relacionados a reversões de provisões, -R$205 milhões de despesas não monetárias relacionadas a processos judiciais e despesas de baixa de ativos, R$219 milhões de despesas relacionadas à venda de usinas térmicas, R$77 milhões relacionados às margens positivas de construção no segmento de transmissão e outros efeitos não recorrentes totalizando R$151 milhões.
A empresa também propôs uma distribuição de dividendos de R$2,79/ação, implicando um rendimento de dividendos de 7,8% e um payout de 59% (ou 74%, excluindo efeitos não monetários dos lucros). Resultados do 4T24 em detalhes.
As receitas ficaram acima da estimativa do Safra (16,7%), aumentando 13,3% a/a, refletindo:
- (i) volumes de vendas maiores do que o esperado no braço de Trading, combinados com maiores vendas no braço de Geração também (27% acima da estimativa do Safra);
- (ii) fraco desempenho de volume na unidade de Distribuição, com volumes totais de vendas aumentando modestos 1,4% a/a, principalmente devido às comparações difíceis do ano passado, com vendas no mercado cativo caindo 7,6% no período (4 p.p. abaixo da estimativa do Safra);
- (iii) fraco desempenho dos volumes de geração, também impactado por redução, mas compensado por ganhos não recorrentes. Os custos gerenciáveis ajustados aumentaram 3,3% a/a, mas ficaram 6,8% acima da estimativa do Safra.
Perdas de energia da CPFL diminuíram 65bps no trimestre
A inadimplência foi melhor do que o esperado e melhorou t/t (0,90% vs. 1,22% no 3T24 e vs. previsão do Safra de 1,47%). O EBITDA reportado da unidade de Distribuição, ajustado para excluir ativos financeiros e outros itens não recorrentes, alcançou R$1,542 bilhão, 6,5% abaixo da estimativa do Safra e 15% abaixo a/a, principalmente devido a volumes mais fracos no mercado cativo.
O segmento de Transmissão registrou um EBITDA de R$192 milhões, 4% acima da estimativa do Safra, mas 27% menor a/a, principalmente devido aos efeitos do reajuste tarifário, o que ajuda a explicar a redução a/a no EBITDA consolidado.
Por fim, o EBITDA de R$1,019 bilhão no segmento de geração aumentou 49% a/a, principalmente devido a efeitos não recorrentes e foi parcialmente compensado por redução no trimestre, superando estimativa do Safra em 15%.
O lucro líquido foi 21% acima do número do Safra, principalmente devido aos efeitos não recorrentes mencionados. A alavancagem permaneceu estável t/t em 2,07x dívida líquida sobre EBITDA vs. 2,04x no trimestre anterior.
Avaliação do Safra sobre a CPFL
Ajudado por itens não recorrentes, boa distribuição de dividendos. Embora os resultados no trimestre tenham sido afetados por vários efeitos não recorrentes, os resultados reportados ficaram próximos da estimativa do Banco Safra.
O destaque vai para a distribuição de dividendos de 7,8%, representando o melhor rendimento de dividendos entre as ações de cobertura do Safra até agora.
Os volumes no braço de Distribuição sofreram com as comparações difíceis do ano passado (como antecipado na prévia do trimestre divulgada pelo Safra), enquanto as perdas e a inadimplência melhoraram.
O Banco Safra tem classificação Neutra para a CPFL principalmente devido à avaliação, e espera uma reação positiva do mercado devido aos dividendos anunciados