A Copel anunciou a venda de sua participação de 51% na Compagas pelo valor de R$ 906 milhões a partir de dezembro de 2023, o que corresponde a um valor empresarial de R$ 1,959 bilhões para 100% do ativo, após incluir a dívida líquida relatada de R$ 183 milhões.
O fechamento desta transação anunciada dia 10 de julho está condicionado ao não exercício do direito de primeira recusa pelos atuais acionistas, e o pagamento será feito em parcelas – 40% até o fechamento da transação; 30% até 2025; e 30% até 2026.
Esse desinvestimento faz parte do plano estratégico da Copel de simplificar sua estrutura corporativa e focar em seus principais negócios.
História da Compagas e justificativa para a venda anunciada pela Copel
A Compagas é uma distribuidora de gás que atua no Estado do Paraná com 860km de rede instalada e atende 53 mil consumidores.
Desde sua privatização, a administração da Copel considerava vender sua participação na Compagas, já que a administração a considerava um negócio secundário, cujo controle era compartilhado com outros acionistas.
A Copel detém uma participação de 51% na Compagas e compartilha seu controle com a Commit (participação de 24,5%) e a Mitsui Gás (24,5%), ambas com direito de primeira recusa sobre o ativo.
Avaliação do Banco Safra sobre a Copel
Na avaliação do Banco Safra, a notícia é positiva para a Copel. O banco estima um valor ajustado de R$ 993 milhões, após assumir ajustes monetários de dezembro de 2023 a junho de 2024 e considerar os dividendos distribuídos pela Compagas à Copel no período.
Além disso, o Safra acredita que a empresa pode se beneficiar de créditos fiscais para reduzir os pagamentos de impostos dos ganhos de capital derivados dessa venda.
O valor do capital próprio implícito nesta transação está em linha com o justo valor estimado para a Compagas no modelo do Safra.
Como resultado, o banco estima um EV/RAB de 2,2x e EV/EBITDA de 11,8x para esta transação, que considera múltiplos atraentes.
O banco acredita que a Copel possa distribuir dividendos adicionais após essa venda, o que poderia aumentar o rendimento de dividendos em 2,2%-3,0%, dependendo do imposto efetivamente pago nesta transação.
O Safra continua com avaliação positiva no caso da Copel, pois a empresa atualmente negocia com uma TIR atraente de 10,8% e oferece um perfil de risco relativamente baixo.