Há análises mistas nos resultados do Banco do Brasil (BBAS3) do primeiro trimestre. O retorno sobre patrimônio (ROE) foi sequencialmente forte de quase 22%, apesar de algumas partes móveis, e a receita líquida de investimento ficou em R$25,7 bilhões, estável no comparativo trimestral, mas +3% acima de estimativas do Safra. Grande parte do índice é devido à margem não-crédito, já que o Banco Patagonia superou a previsão em R$500 milhões. O lucro antes dos impostos ficou 3% abaixo da estimativa do Safra, devido a menores tarifas e outras receitas operacionais.
Os resultados de crédito ajustados ao risco, por sua vez, atingiram as estimativas da instituição, sem preocupações com a qualidade dos ativos. O resultado final foi ajudado pela forte contribuição do banco argentino de R$1,56 bilhão, representando 13,5% do lucro líquido no 1º trimestre ante 9% um ano atrás.
O banco registrou, ainda, uma imparidade não recorrente de R$1,7 bilhão de um título não divulgado – possivelmente da Americanas. O índice foi de R$1,2 bilhão no 4ª trimestre de 2023. As provisões brutas cobriram 110% da formação de NPLs no trimestre.
A recomendação neutra foi reiterada pelo Safra. Os resultados são favoráveis às métricas de 2024 e o valuation do BB parece ser um bom amortecedor para o preço/lucro de 4,4x e para o dividend yield de 10% da ação.