A Auren (AURE3) reportou um EBITDA de R$1,378 bilhão (+46,6% a/a), 44% acima da estimativa do Banco Safra e 43% acima do consenso. O EBITDA foi impactado pelos seguintes itens não recorrentes e não caixa:
- (i) -R$229 milhões relacionados à marcação a mercado (MtM) de contratos de energia, sem impacto em caixa;
- (ii) R$23,2 milhões em reversões de provisões;
- (iii) -R$16,4 milhões referentes ao write-off de ativos fixos; e
- (iv) -R$5,5 milhões de outros efeitos não recorrentes.
O EBITDA ajustado (excluindo dividendos de subsidiárias) foi de R$1,147 bilhão, alta de 60% a/a, ficando 20% acima da estimativa do Safra, como resultado do bom desempenho de custos e melhores resultados da área de Comercialização.
O lucro líquido reportado foi de R$54 milhões, queda de 64% a/a, mas muito acima da estimativa de prejuízo líquido de R$79 milhões.
Detalhamento dos resultados da Auren no primeiro trimestre
A receita líquida cresceu 34% a/a, mas ficou 20% abaixo da estimativa do Safra, refletindo:
- (i) crescimento nos volumes de vendas da área de Comercialização (receita cresceu 48% a/a);
- (ii) início das operações dos projetos Sol do Jaíba, Tucano e Cajuína (receita da área de Geração cresceu 22% a/a); parcialmente compensados por: (a) atividade de trading abaixo do esperado; e (b) impactos de curtailment (impacto de 8,3% nas usinas eólicas vs. 5,0% estimado, e 14,0% nas solares vs. 7,0% estimado).
As despesas gerenciáveis (PMSO) caíram 2,4% a/a e ficaram 6,6% abaixo da estimativa do Safra, refletindo iniciativas da Auren para melhorar
a eficiência operacional (segundo a empresa, sinergias resultaram em redução de R$55,9 milhões em custos).
A área de Comercialização se beneficiou de melhores margens e, segundo o release, obteve R$60 milhões com o spread entre submercados. A alavancagem caiu para uma razão dívida líquida/EBITDA de 5,0x, ante 5,7x no trimestre anterior.
No balanço energético consolidado, a empresa vendeu, em média, 132 MWa para o período de 2025–2029.
Avaliação do Safra
“Um trimestre positivo para a Auren: Os resultados operacionais da Auren foram bons e acima das expectativas nossas e do mercado. A empresa conseguiu reduzir custos operacionais em base anual e reportou custos abaixo da nossa estimativa. A área de Comercialização também apresentou bons resultados, com margem operacional positiva. Destacamos que a Auren conseguiu capturar ganhos com o spread de preços de energia entre submercados, o que consideramos um ponto positivo e inesperado no trimestre. Por outro lado, os níveis de curtailment vieram acima do esperado. Mantemos recomendação Neutra para a companhia, principalmente por questões de valuation e incertezas quanto à virada operacional de seus novos ativos; ainda assim, esperamos uma reação positiva do mercado.”