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Auren registra entregas consistentes, mas com pressão de prazos

Analistas do Banco Safra confirmam visão positiva sobre a entrega de sinergias de custo e melhoria na disponibilidade dos ativos da Auren


Em 15 de julho, a Auren (AURE3) realizou seu Investor Day, no qual executivos-chave — incluindo Fabio Zanfelice (CEO), Mateus
Ferreira (CFO) e Mario Bertoncini (VP de Clientes e Estratégia de Comercialização) — discutiram tendências do setor, atualizações
regulatórias e a perspectiva da empresa após a integração. Os analistas do Banco Safra saíram do evento com uma visão positiva sobre a entrega de sinergias de custo e a melhoria na disponibilidade dos ativos.

Principais destaques: Entre diversos temas importantes, a gestão abordou:

  • (i) Excedente estrutural de energia no sistema, que deve cair de 30% em 2022 para 13% até 2030, sendo que apenas 6 GW dos 43 GW em projetos renováveis mapeados são considerados viáveis nas condições atuais;
  • (ii) Tendências de preços de energia no curto e longo prazo. O novo custo nivelado de energia (LCOE) é estimado em R$256/MWh para eólica e R$282/MWh para solar (podendo chegar a R$280/MWh e R$319/MWh, respectivamente, sem considerar o desconto de TUST), refletindo maior capex, impactos de curtailment (restrições de geração), custos operacionais mais altos e aumento no custo de capital — o que elevou estruturalmente o preço de equilíbrio para expansão do sistema. No curto prazo, a volatilidade dos preços de energia no mercado à vista continua, mesmo com níveis confortáveis de reservatórios, reforçando o papel de ativos flexíveis, como as hidrelétricas;
  • (iii) Discussões regulatórias sobre alternativas para reduzir os impactos do curtailment, que podem envolver iniciativas do governo federal (acordos para resolver passivos) e maior flexibilidade operacional do operador do sistema;
  • (iv) Perspectivas positivas para o segmento de comercialização, com a empresa destacando que conseguiu renegociar contratos de compra de energia para acomodar produção própria adicional;
  • (v) Perspectiva pós-integração. No operacional, a disponibilidade dos ativos eólicos subiu para 92% no 2T25 e deve atingir 95% até o final de 2025. Em relação à integração, a empresa mencionou uma redução de PMSO de R$250 milhões/ano, comparado à estimativa anterior de R$120 milhões/ano;
  • (vi) Estrutura de capital. A gestão destacou novas emissões de dívida que devem reduzir novamente o custo da dívida e reiterou o objetivo de alcançar uma alavancagem (dívida líquida/EBITDA) entre 3,0x e 3,5x em 2027/2028.

Visão do Banco Safra sobre os resultados da Auren

Entrega consistente, mas com pressão de curto prazo devido ao curtailment e à alavancagem ainda em foco. A empresa apresentou sinais encorajadores no operacional, com melhor disponibilidade dos ativos e sinergias acima do esperado. No lado financeiro, a gestão de passivos ajudou a mitigar o impacto dos juros altos no balanço após a aquisição. Dito isso, o Safra continuará monitorando os impactos do curtailment na geração de caixa e no processo de desalavancagem. O Safra mantém a recomendação Neutra para Auren, principalmente por questões de avaliação (retorno real implícito de 10,3%).


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