A Alupar (ALUP11) reportou um EBITDA regulatório de R$652 milhões (+5,8%, excluindo a equivalência patrimonial), em linha com a estimativa do Banco Safra, mas 6,0% abaixo do consenso.
O lucro líquido foi de R$98 milhões (-37,7% a/a), 6,8% abaixo da estimativa do Safra e 44,9% abaixo do consenso. O desempenho operacional estável ano a ano era esperado e é explicado pelo início de novos projetos, mas foi parcialmente compensado por um leve ajuste de receita e resultados mais baixos da unidade de geração (estratégia de negociação, GSF e redução).
A empresa também propôs:
- (i) distribuição de dividendos de R$0,24/unidade (rendimento de dividendos de 0,8%), implicando um payout de 51% para 2024; além de
- (ii) uma bonificação em ações de 4,0% (através da capitalização de reservas de investimento), ambos a serem aprovados na assembleia de acionistas (16 de abril).
Resultados da Alupar no 4T24 em detalhes
As receitas regulatórias consolidadas ficaram em geral em linha com as expectativas do Safra, subindo 10,8% a/a, refletindo:
- (i) o início de novos ativos (Manoel da Nóbrega SE, TECP);
- (ii) ajuste de receita em contratos indexados ao IPCA (leve queda na receita daqueles indexados ao IGP);
- (iii) aumento nas receitas em geração, devido a preços médios de venda mais altos no mercado livre; parcialmente compensados por (a) uma redução de 50% no AAR em projetos ETES; (b) impactos de redução.
As despesas totais aumentaram 30%, principalmente como resultado de maiores custos de compra de energia (devido a diferentes alocações e estratégias de negociação), o início de novos ativos, bem como maiores custos de manutenção.
Os custos gerenciáveis ficaram 4,8% acima da estimativa do Safra (aumento de 1,3% a/a).
O EBITDA regulatório reportado da unidade de Transmissão foi de R$568 milhões (+6,7% a/a), em linha com a estimativa do Banco Safra, enquanto o EBITDA em geração ficou ligeiramente acima (+6,8%) da projeção do Safra e caiu 11,5% a/a devido aos maiores impactos de redução, menores margens na unidade de Negociação e GSF.
O lucro líquido caiu 38% a/a—devido a um aumento tanto nas despesas financeiras quanto na taxa efetiva de imposto anual—e ficou 7% abaixo da estimativa do Safra.
A alavancagem aumentou ligeiramente t/t para 3,5x (vs. 3,4x no 3T24) dívida líquida sobre EBITDA regulatório.
Avaliação do Safra sobre os resultados da Alupar
Os resultados atenderam às expectativas; todos os olhos voltados para os desenvolvimentos na América Latina. Este foi um trimestre moderado para a Alupar, embora em grande parte em linha com as expectativas e com um pequeno anúncio de dividendos.
A empresa recentemente acelerou seus investimentos na América Latina, participando com sucesso de leilões e vencendo projetos equivalentes a US$733 milhões em capex, o que, combinado com os projetos em desenvolvimento no Brasil (R$3,9 bilhões em capex), deve implicar um forte crescimento com retornos razoáveis além de 2029.
O Banco Safra tem uma recomendação Neutra para a Alupar principalmente devido à avaliação (o banco estima o IRR real próximo de 9%). No entanto, os novos projetos recentemente adquiridos devem desbloquear novo valor para a empresa. O Safra espera que a empresa forneça detalhes sobre suas próximas potenciais participações em leilões e sua estratégia de alocação.