A Allos (ALOS3), administradora de shoppings resultante da fusão entre Aliansce, Sonae Sierra Brasil e brMalls, apresentou resultados neutros no primeiro trimestre de 2025, abaixo das estimativas otimistas do Banco Safra.
A queda de 8% nos fundos das operações (FFO) refletiu principalmente receitas de aluguel mais fracas do que o esperado, devido a um reajuste menor pela inflação e crescimento de 4,9% nos alugueis das mesmas lojas (SSR).
Apesar de um leve aumento nas despesas gerais e administrativas (G&A), a margem EBITDA da companhia permaneceu saudável em 72%, resultando em um sólido crescimento de 13% no FFO por ação em relação ao ano anterior.
Indicadores operacionais mais fracos em um trimestre sazonalmente mais fraco. As vendas totais dos lojistas cresceram apenas 5% em relação ao ano anterior, atingindo R$9,1 bilhões, e as vendas por m² registraram um tímido crescimento de 4%.
O Banco Safra observa que o crescimento das vendas foi limitado por efeitos sazonais mais fortes, já que a Páscoa ocorreu em março de 2024. Em contrapartida, as vendas dos lojistas em abril cresceram 16% em relação ao ano anterior.
A taxa de ocupação permaneceu em 96,8% (estável no trimestre e +0,5 p.p. em relação ao ano anterior), enquanto o custo de ocupação aumentou 0,1 p.p., para ainda saudáveis 11,2%.
Já a inadimplência líquida caiu 1,1 p.p., para 2,5%, o que permite à empresa continuar pressionando por aluguéis mais altos. A receita líquida da Allos ficou 5% abaixo da estimativa do Safra, em R$618 milhões (+5% A/A).
A receita de aluguel atingiu R$463 milhões (+4% A/A), abaixo do esperado, devido a um reajuste menor pelo IGP em seu portfólio e crescimento de 4,9% no SSR em relação ao 1T24.
Por outro lado, a receita com mídia cresceu sólidos 10% A/A. As receitas com estacionamento aumentaram 9% A/A, para R$117 milhões, impulsionadas pelo aumento das tarifas, o que levou a receita operacional líquida (NOI) da Allos a R$547 milhões (+5% A/A; -5% vs. Safra), com uma margem NOI de 93,1% (+0,1 p.p. A/A).
O EBITDA ajustado da empresa foi de R$443 milhões (+5% A/A). Por outro lado, as despesas com SG&A aumentaram 5% A/A, o que levou a uma leve queda de 0,2 p.p. na margem EBITDA ajustada, para ainda saudáveis 71,7% (-1 p.p. vs. Safra). Isso, somado a um aumento de 28% A/A na perda financeira líquida devido à alta dos juros, levou o FFO ajustado da Allos a R$275 milhões (+4% A/A; -8% vs. Safra), ainda implicando uma margem FFO de 44,4% (-0,6 p.p. A/A).
O FFO por ação cresceu 13% A/A, impulsionado pela recompra de 44 milhões de ações nos últimos 12 meses (totalizando R$930 milhões). Por fim, a empresa recebeu R$377 milhões com desinvestimentos recentes, mas, considerando os R$257 milhões pagos em recompras e dividendos, encerrou o 1T25 com uma alavancagem de 1,8x dívida líquida/EBITDA (-0,1 p.p. T/T e estável A/A).
O Banco Safra considera os resultados neutros, amplamente em linha com as estimativas do mercado, apesar de abaixo das projeções otimistas. O desempenho operacional mais fraco refletiu principalmente os efeitos sazonais mais fortes no trimestre, enquanto as vendas de abril mostraram sinais encorajadores.
O Banco Safra reitera a recomendação de Outperform para ALOS3, pois ainda vê as ações sendo negociadas com um atrativo yield de FFO estimado para 2025 de 12,7%, implicando um desconto de 27% em relação à Multiplan e um spread de 5,4 p.p. em relação ao rendimento da NTN-B 2035.