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ANÁLISE

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Melhoram os resultados no setor de carne bovina e suína

A BRF é a mais exposta às exportações brasileiras de carne de aves e suínos e a Minerva é a mais exposta à carne bovina


Sólidos volumes para carne bovina e suína em julho, enquanto os preços de aves subiram na comparação mensal; o impacto da doença de Newcastle ainda é imperceptível.

O Departamento de Comércio Exterior do Brasil (Secex) divulgou dados para a quarta semana de julho, que apontam para um sólido crescimento de volume em julho para carne bovina e suína, assumindo que os valores médios diários permanecem nesse ritmo.

Quanto a aves, os volumes diários médios desta semana se recuperaram (embora os números mensais até hoje ainda estejam em baixa) com os preços ligeiramente em baixa. No entanto, em julho os preços das aves são um destaque, melhorando 6% até agora.

Não houve impacto aparente até agora do único caso da doença de Newcastle confirmado em 17 de julho que desencadeou restrições à exportação, o que ainda esperamos ocorrer nas próximas semanas.

Em suma, os dados de exportação ainda mostram uma tendência mais favorável para as aves e suínos (especialmente para o último), considerando os preços mais baixos dos grãos, enquanto a melhoria dos preços do gado em julho colocou alguma pressão sobre os spreads de carne.

A BRF é a mais exposta às exportações brasileiras de aves e suínos e a Minerva é a mais exposta à carne bovina.

Exportações de carne bovina

Os números desta semana foram praticamente inalterados desde a semana passada, o que significa que o preço médio e os volumes médios diários foram baixos.

Olhando para os números do mês até a data, os volumes diários médios permanecem sólidos, melhorando no mês de janeiro, enquanto os preços permanecem baixos, que deve ser a tendência para o mês, supondo que o preço atual a dinâmica de volume é mantida.

Embora os volumes pareçam positivos para os frigoríficos, a queda dos preços da carne bovina parece preocupante para os spreads futuros, considerando que os preços do gado aumentaram 1% em julho (-21% em US$), de acordo com Cepea/Esalq.

Exportações de aves

Embora o governo brasileiro tenha interrompido as exportações de aves, em decorrência dos acordos bilaterais sobre protocolos sanitários, ainda não vimos esse impacto negativo nos dados da Secex.

Isso é provável porque as remessas se referem a aves produzidas antes do surto. Os volumes médios diários melhoraram s/s, um pouco de recuperação após os números muito fracos no último período.

Os volumes médios diários mensais apontam para uma queda no mês de janeiro, enquanto os preços médios ainda são construtivos em julho, o que indica um impulso positivo para as aves.

No futuro, porém, vemos alguns impactos negativos da suspensão das exportações para vários países, incluindo a China (12% dos volumes de exportação dos últimos 12 meses) e o México (4% dos volumes de exportação dos últimos 12 meses).

Enquanto isso, os preços do milho caíram 4% no mês de julho (10% em US$) e os preços da soja caíram 3% no mês de julho (-13% no ano), levando nossa proxy para alimentação animal a cair 4% no mês de julho e -11% no ano de 2018.

Exportações de carne suína

Os volumes médios diários recuaram sequencialmente, apresentando um desempenho sólido em julho.

No entanto, os volumes médios diários mensais até à data ainda são positivos, melhorando 11% no mês (significativamente acima da tendência histórica média de 5 anos de 1%).

Os preços médios também caíram s/s, mas permanecem positivos no mês de janeiro, considerando os números do mês até a data, levando a uma leitura positiva para as exportações de carne suína em julho.

Além disso, os spreads de carne de porco devem permanecer favoráveis, considerando que os preços melhoram na direção oposta ao desempenho dos preços dos grãos.


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