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Safra eleva recomendação de CBAV3 para compra

O preço-alvo fixado pelo Safra para a CBAV3, de R$ 7,3 por ação para o fim de 2026 implica um retorno total para o acionista de 38%


A direção da Companhia Brasileira de Alúmínio - CBA (CBAV3), se mantêm otimista em relação ao mercado de alumínio, apesar da incerteza quanto ao crescimento da oferta na Ásia e do posicionamento comprado na commodity.

O CEO da CBA, Luciano Alves, e a Diretora de RI, Amabile Silva, conversaram com especialistas do Banco Safra sobre detalhes do valor oculto além do atual valor de mercado da CBA, notadamente fusões e aquisições (projeto de bauxita Rondon ou a CBA como um todo) e descobertas de terras raras nas operações de bauxita em Poços de Caldas.

O preço-alvo fixado pelo Safra para a CBAV3, de R$ 7,3 por ação para o fim de 2026 (anteriormente R$ 5,5 para 2025) implica um retorno total para o acionista de 38%.

Safra eleva recomendação de CBAV3 para compra

O Safra elevou a recomendação da ação para Compra devido à melhora nas perspectivas para o preço do alumínio, à monetização de ativos fora do balanço (Rondon e terras raras), a um rendimento médio de fluxo de caixa livre mais alto, de 9,7%, de 2026 a 2028 (vs. 8,6% anteriormente), e à convicção de que os problemas de custos ficaram para trás.

Do lado negativo, o Safra considera um real mais forte em relação ao dólar nas estimativas. O banco observa múltiplos de avaliação atrativos, já que a CBA é negociada a 4,2x em 2026 e 3,9x em 2027, ambos abaixo da média histórica de 4,9x.

Dito isso, embora veja potencial de valorização de 6% no EBITDA estimado para 2026, o Safra projeta queda de aproximadamente 15% no EBITDA estimado para 2027, com EBITDA de R$ 1,5 bi em 2026 e R$ 1,6 bi em 2027.

Mercado de alumínio segue resiliente

A administração da CBA mantém perspectiva positiva para o preço do alumínio, sustentada pelo limite de produção da China, pela demanda estável de energias renováveis e pela melhora do humor do mercado em relação ao cobre.

O preço do alumínio pode estar esticado e, como o mercado está relativamente equilibrado, o Safra acredita que o preço à vista do alumínio caia de US$ 2.883/t para perto de US$ 2.800/t no fim do ano e para uma média de US$ 2.700/t em 2026.

Pode-se pensar que as ações da CBA cairão em linha com o preço do alumínio. Apenas parcialmente, segundo o Safra, pois as ações parecem subvalorizadas em comparação com o alumínio.

Analisando os prêmios, compradores europeus estão comprando em antecipação aos custos relacionados ao CBAM, que devem variar entre US$ 30 e US$ 50/t.

No Brasil, o preço de tarugos está em alta, refletindo expectativas de demanda mais forte, o que favorece a realização de preços na cadeia posterior da CBA.

A Ásia poderia adicionar cerca de 2 mi de toneladas (3% da oferta atual) em nova capacidade de produção primária de alumínio entre 2026 e 2030.

A CBA reconhece os avanços dos projetos, mas aponta para o risco de atrasos devido a gargalos de mão de obra e infraestrutura.

A CRU prevê crescimento anual composto de cerca de 1,7% na demanda em 2026–2030, impulsionado por tecnologias limpas, o que deve compensar a desaceleração no setor de construção.

A administração acredita que usos de “próxima geração” (automação, robótica e IA) ainda precisam ser totalmente incorporados a essas estimativas.

Preço da sucata dispara; tarifas dos EUA distorcem demanda

O preço elevado da sucata se deve ao aumento estrutural na demanda global e à distorção temporária causada pelas tarifas dos EUA.

Como as importações de alumínio primário são tributadas e a sucata não, produtores dos EUA têm priorizado a sucata, elevando a demanda e distorcendo preços.

Consequentemente, os prêmios atingiram cerca de 105% dos preços do alumínio na LME, tornando a sucata mais cara do
que o metal primário.

A administração espera que o mercado norte-americano se reequilibre, que o preço da sucata se normalize e que as operações retornem aos níveis normais.

Projeto de bauxita Rondon ganhou impulso em meio às perturbações na Guiné, com potencial de crescimento devido aos elementos de terras raras (ETR).

A administração observou aumento no interesse pelo projeto de bauxita Rondon da CBA após as restrições à exportação e apreensões de ativos na Guiné.

O projeto inicial previa capacidade de 4 mi de ton. por ano, mas seus vastos recursos permitem um escopo muito maior. Os investimentos cresceriam proporcionalmente, o que poderia representar um obstáculo para a companhia operar sozinha.

Além de Rondon, as operações de bauxita da CBA em Poços de Caldas (MG) estão próximas de descobertas de elementos de terras raras (ETR) na região, conforme destacado na análise recente sobre terras raras.

Embora a CBA não tenha realizado perfurações específicas para ETR, o Safra estima que US$ 15 mi em exploração/perfuração poderiam possibilitar que a CBA identificasse ETRs, incentivando investidores a considerarem pelo menos parte do valor líquido dos ativos de um projeto de ETR no valor de mercado da CBA.

Riscos para tese de investimento em CBAV3:

(i) implementação do potencial portfólio de projetos e aumento da oferta da China e da Europa;

(ii) demanda abaixo das expectativas devido à desaceleração das tendências de eletrificação e à deterioração adicional do setor imobiliário chinês;

(iii) não renovação das concessões de energia hidrelétrica, resultando em maior exposição à eletricidade de terceiros; e

(iv) preços do alumínio e câmbio divergentes das projeções do Safra.



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