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Produção de grãos deve bater mais um recorde com 354,7 milhões de toneladas

Primeiro levantamento da Conab indica crescimento de 0,8% na safra de grãos 2025/26; confira a análise dos especialistas do Banco Safra

Safra de grãos

Área a ser semeada deve crescer 3,3%, chegando a 84,4 milhões de hectares, segundo o levantamento da Conab | Foto: Getty Images

O primeiro levantamento da safra de grãos 2025/26, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), indica novo ciclo de crescimento para a agricultura nacional. A produção total está estimada em 354,7 milhões de toneladas de grãos para a nova safra, aumento de 0,8% em relação ao volume colhido no ciclo anterior, que foi o maior da série histórica, com 350,2 milhões de toneladas.

A área a ser semeada também deve crescer 3,3%, chegando a 84,4 milhões de hectares. Confira abaixo a análise do Banco Safra sobre a previsão de novo recorde do agronegócio na produção de grãos.

Saiba mais

1. Soja

O 1º levantamento da safra 2025/26, da Conab, destaca a soja como principal cultura do país, projetando uma safra estimada de 177,6 milhões de toneladas (+3,6% vs. safra 24/25), com produtividade estável em 3.620 kg/ha.

O avanço é reflexo da ampliação da área plantada, que deve atingir 49,1 milhões de hectares. O plantio alcançou 11,1% em meados de outubro (vs. média histórica de 16,9% para o período), impactado por chuvas irregulares ao longo do país.

O vazio sanitário já foi finalizado na maioria das regiões e os agricultores devem iniciar os trabalhos de cultivo após a regularização das chuvas, o que deve acontecer ainda em outubro.

Os produtores do RS enfrentam dificuldades para lidar com a compra de insumos para a próxima safra e com as obrigações financeiras de safras passadas, em razão da perda de produtividade decorrente de eventos meteorológicos adversos.

Ainda assim, espera-se uma recuperação de produtividade de 34% e a produção no estado deve atingir 22 milhões de toneladas (+35% a/a). A demanda pelo grão deve ser influenciada tanto pela demanda externa quanto pela procura doméstica, considerando que o aumento na mistura de biodiesel (B14 para B15) ao diesel pode elevar o esmagamento de soja em 1,62% no comparativo a/a.

2. Milho

O plantio da primeira safra 2025/26 alcançou 29,1% da área estimada de cultivo em outubro, favorecido pelas chuvas frequentes nas regiões de produção. Já a colheita da segunda safra de 2024/25 foi finalizada em setembro em todas as regiões, com produção estimada em 113,2 milhões de tons (+26% a/a).

O plantio da segunda safra 2025/26 se inicia no final de dezembro e projeta-se aumento de 4% na área plantada, apesar de queda de 6,4% de produtividade.

Por fim, as áreas semeadas da terceira safra de 2024/25 se favoreceram pela chuva continuada em setembro e sua produtividade foi revisada para +8,8% em relação à estimativa realizada no mês passado.

A Conab estima uma produção total de 141,1 milhões de tons na safra 2024/25, destacada pela elevada produtividade e aumento da área plantada para o milho de segunda safra. Comparativamente, a previsão para a safra 2025/26 é de 138,6 milhões de tons (-1,8% a/a), sendo composta por 25,6 milhões de tons da primeira safra, 110,5 milhões da segunda safra e 2,5 milhões da terceira safra.

A redução de produtividade de 5,4% a/a se deve à forte base de comparação da safra 2024/25. A área da safra 2025/26, porém, deve aumentar 3,9%, após migração do cultivo de feijão e de arroz para o milho.

A demanda doméstica pelo grão foi estimada em 90 milhões de tons em 2025 (+7,8% a/a), impulsionada pelo etanol de milho. Além disso, o redirecionamento da demanda do mercado internacional pode se voltar para o milho sul-americano, frente aos embates tarifários entre EUA e países importadores. Assim, o estoque final de milho de 2025/26 deve ser de 13,4 milhões de tons, variação de -6% a/a em relação ao de 2024/25.

Entre o início da safra 2025/26 e 16 de setembro, a moagem de cana na região Centro-Sul somou 450 milhões de toneladas (-3,7% a/a). Até a primeira metade de setembro, 259 unidades produtoras estavam em operação (-2 unidades a/a), sendo 238 processadoras de cana (-3 un. a/a), 10 fabricantes de etanol de milho (+1 un. a/a) e 11 usinas flex (estável a/a).

3. Açúcar e Etanol (Centro-Sul)

A produção de açúcar acumulada na safra atingiu 30,4 milhões de toneladas até 16 de setembro (-0,1% a/a). A qualidade da matéria-prima segue abaixo da média histórica, com ATR de 154,6 kg/t na primeira quinzena (-3,4% a/a) e 134,1 kg/t no acumulado da safra (-3,9% a/a).

Em relação ao etanol, o volume acumulado chegou a 20,8 bilhões de litros (-9,5% a/a), sendo 13,0 bilhões de hidratado (-11,4% a/a) e 7,8 bilhões de anidro (-6,2% a/a).

O etanol de milho segue em expansão, com produção de 4,1 bilhões de litros desde o início da safra (+19,4% a/a). A proporção da cana destinada ao açúcar caiu de 54,2% para 53,2% na segunda metade de agosto. A queda nos preços do adoçante frente ao aumento do etanol hidratado tem sustentado a mudança no mix.

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