Ações de empresas de educação mostram perspectiva positiva
Especialistas do Banco Safra reafirmam visão positiva sobre as ações de educação no Brasil, e destacam o papel da Yduqs (YDUQ3) como principal escolha
27/06/2025
Cenário é positivo para setor de educação após nova regulamentação e lançamento do programa Mais Médicos 3 | FotoÇ Getty Images
No geral, as empresas de Educação demonstram confiança nas perspectivas no mercado brasileiro, como demonstraram durante a Conferência J. Safra de Educação, que contou com a participação de executivos C-Level e equipes de RI das principais empresas brasileiras do setor (Ânima, Cogna, Vitru, Cruzeiro do Sul e Ser).
Os especialistas do Banco Safra reafirmam uma visão positiva sobre as ações de educação no Brasil. O papel da Yduqs (YDUQ3) é a principal escolha do Safra no setor, devido à sólida geração de caixa, percepção de risco melhorada e avaliações relativamente atrativas.
As conversas foram construtivas e proporcionaram uma melhor compreensão da visão das empresas sobre a nova regulamentação, o programa Mais Médicos 3 (MM3) e as perspectivas para o setor educacional.
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Perspectivas para as empresas de educação no Brasil
Nova regulamentação: sobre a nova regulamentação do setor de Educação, existe consenso de que os players maiores e listados no mercado de ações estão muito mais protegidos dos efeitos das mudanças em comparação com os menores, pois já estão mais próximos de atender aos novos requisitos. Além disso, espera-se que as novas regras levem a um mercado de ensino a distância (EaD) menor e mais concentrado.
Ingresso e outras tendências para 2025: as empresas esperam um ciclo de ingresso positivo este ano, impulsionado por uma demanda maior do que o esperado por parte dos candidatos do EaD. Enquanto isso, alguns players estão sendo mais agressivos em termos de preços nesse segmento, mas as empresas de educação, em geral, estão sendo mais racionais e preferem manter margens saudáveis.
Fusões e aquisições: apesar de algumas notícias sobre possíveis fusões entre empresas de educação, as companhias não mencionaram alvos significativos de aquisição no pipeline atual. Os especialistas do Safra não descartam essa possibilidade, mas aparentemente as empresas estão mais focadas em disciplina financeira, com redução de alavancagem e melhoria na geração de fluxo de caixa.
Mais Médicos: a lista preliminar das faculdades aprovadas para o programa Mais Médicos 3 estava prevista para ser divulgada em 27 de junho, mas o Ministério da Educação adiou a divulgação para 10 de outubro de 2025. As cinco empresas participantes da conferência enviaram propostas, lideradas por Ânima (23 propostas), Cogna (8) e Cruzeiro do Sul (8).
Análise das perspectivas das empresas de educação
Ânima Educação (ANIM3) – O Banco Safra considera que o impacto da nova regulamentação do EaD na Ânima será limitado, como já esperado. Apesar das incertezas sobre mudanças operacionais no setor, o possível equilíbrio entre uma base menor de alunos no EaD e maior demanda nos programas presenciais e semipresenciais deve resultar em um efeito de mix que tende a elevar o ticket médio. A Ânima submeteu 23 propostas para o Mais Médicos 3 (com média de 60 vagas por faculdade) e está confiante na obtenção das licenças, embora não tenha definido uma expectativa de aprovação. Os resultados do segundo trimestre de 2025 devem seguir a sazonalidade, e a empresa segue focada em disciplina financeira, com alavancagem estável. O ciclo de ingresso do segundo semestre de 2025 ainda está no início, mas os sinais iniciais são positivos, com maior demanda no EaD.
Cogna Educação (COGN3) – Alguns detalhes sobre o processo de transição e exigências ainda não estão claros, mas a Cogna espera impacto limitado, já que o aumento das atividades presenciais não deve ser significativo. Assim como a Ânima, espera redução no número de alunos no EaD e aumento no ticket médio consolidado. Para o mais Médicos 3, submeteu 8 propostas (média de 60 vagas por faculdade) e espera aprovação de 2 a 4 faculdades. Os resultados do segundo trimestre de 2025 devem mostrar melhora no lucro líquido, impulsionada por melhor desempenho do EBITDA, embora as margens devam permanecer estáveis devido a maiores provisões para inadimplência. O ciclo de ingresso do segundo semestre de 2025 também parece positivo, com maior demanda. A geração de fluxo de caixa livre deve continuar melhorando, embora sem guidance para 2025.
Vitru (VTRU3) – Desde a aprovação da nova regulamentação do EaD, a Vitru vem ajustando sua estratégia, reduzindo o foco no EaD e aumentando a presença nos programas semipresenciais. Apesar de ainda haver pontos a serem esclarecidos pelo MEC, a empresa não espera impactos significativos e mantém uma visão positiva de longo prazo. Está preparando uma reestruturação societária para integrar a Unicesumar e capturar benefícios fiscais que devem melhorar o fluxo de caixa. Apesar da agressividade de preços de alguns concorrentes, a Vitru mantém tickets médios saudáveis e espera um ingresso positivo. A disciplina financeira também é prioridade, com expectativa de reduzir a alavancagem para abaixo de 2,0x dívida líquida/EBITDA.
Ser Educação (SEER3) – A Ser está bem posicionada para se beneficiar da nova regulamentação do EaD, com boas perspectivas para players focados em qualidade e no segmento semipresencial. Isso está alinhado à sua estratégia, com expansão por meio de polos menores (programas presenciais flexíveis), exigindo menor capex. A empresa destaca que as inspeções serão fundamentais para garantir o cumprimento das novas regras. Para este ano, espera crescimento de receita de dois dígitos, impulsionado por tickets médios mais altos. Apesar de medidas mais rigorosas para inadimplentes, as provisões como percentual da receita devem se manter estáveis em relação ao ano anterior.
Cruzeiro do Sul (CSED3) – Apesar das incertezas sobre a nova regulamentação do EaD, a empresa está confortável para fazer ajustes, se necessário. A visão sobre o segmento é semelhante à dos demais players, e a empresa está se estruturando para absorver a demanda potencial dos alunos semipresenciais, enquanto o mercado de EaD deve encolher. Para o Mais Médicos 3, submeteu 8 propostas (média de 60 vagas por faculdade). Diante da maior oferta de cursos de medicina, planeja unificar o vestibular, permitindo que os candidatos tenham uma visão mais clara das opções e otimizando o processo de admissão. Por fim, a empresa observa taxas de ingresso mais altas este ano, mesmo com preços mais racionais (notou agressividade de preços por parte de concorrentes).